sábado, 14 de junho de 2008

• Existencial



Existencial


Quanto tempo será que uma bala, leva para chegar ao coração?
Será que é o mesmo tempo de quando somos agredidos por palavras
Que não só matam e atingem o coração, como também coroem a alma e atingem o ego
Trai o ser criado com um outro
Cria-se assim um terceiro
Sem coração, sem alma
Pode alguém viver sem coração?
E com as conseqüências também sem alma?
Ou será que depois disso eles não vivem direito
Só respiram e andam porque não tem um porque morrer
E tão pouco motivos para viver
Então ficam em um estado permanente de coma acordado
Que ouvem, falam, vêem
Tem a capacidade de fazer quase tudo
Apenas não podem amar mais você
Assim como eles não podem mais amar a si próprio
Essa é a realidade das pessoas
Trocam a emoção, pela razão
O afeto e apego, pela estabilidade e responsabilidade
A ignorância do amor, pelo rancor e dor
Trocam seus sonhos, por verdade e realidades
Que são vividas constantemente
Quase todos já entramos nesse coma
Muitos nunca saem deles
Outros vivem por um tempo e depois se libertam
Uns jamais saberão o que é
Para os outros isso se torna tão natural que eles nunca sairão de lá
A outros que por um curto período permanecem em coma
Alguns outros ainda nascem nele
Pois nunca aprenderam a amar, e nunca lhe foram ensinado nada sobre essa matéria
Vivo no meu conformismo de ser assim
Sinto a dor em meu peito
Algo que não controle mais
Às vezes ainda acho que tenho um coração que bate e sente
Mais isso se confunde com meus soluços em noites não tão frias
Que me transtorna e me torna essa criatura que sou
Onde o amor não é mais valido
Pois o coração é inexistente
E a alma excluída
Sou um ser assim
Na verdade não sei quem sou

(Ariane Castro/Outubro/2007)

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